sábado, 9 de agosto de 2014


Programação Completa

“1º Encontro Internacional Magdalena 3ª Geração – DNA – Arte e Identidade”, que acontecerá de 21 a 24 de agosto de 2014, em Jundiaí.
21/08- Quinta feira
20h30: Apresentação Ana Woolf
Anfiteatro Elis Regina (Complexo Argos)
21h30: Apresentação Cia na Ponta da Língua
Saguão da Biblioteca Municipal Nelson Foot
22/08- Sexta Feira
Das 8h às 12h: Oficina para artistas e bailarinas- Ana Woolf
Escola de Dança Kahal
13h30: Mesa de Debate com Ana Woolf, Daniela Beny e Michele Maria.
Tema: Identidade e Arte
Anfiteatro da Biblioteca Municipal Nelson Foot
16h: Processo Orientado
Sala João Cabral
20h30- Apresentação Solo: Voo ao Solo, com Daniela Beny
Anfiteatro Elis Regina
21h30: Sarau com as participantes
Saguão da Biblioteca
23/08- Sábado
Das 8h às 12h: Oficina para artistas e bailarinas- Ana Woolf
Escola de Dança Kahal
13h30: Mesa de Debate com Ana Woolf, Luiza Bittencourt e Paula Miurim.
Tema: A Rede Magdalena e seu legado
Anfiteatro da Biblioteca
16h: Palestra: Produção Cultural, com Patrícia e Maria Fernanda.
Tema: a Produção independente, Autonomia e Tradição.
Anfiteatro da Biblioteca
20h30: Apresentação solo “Willi in Propriedade”
Saguão da Biblioteca
21h30: Encontro Informal com as participantes
24/08- Domingo
Das 8h às 12h: Apresentação das participantes
Encerramento do Evento
Saguão da Biblioteca
Obs. Todos os participantes que vieram para o encontro estarão hospedados  no Hotel São Carlos, onde farão as refeições.
Todas as atividades na Biblioteca são gratuitas e abertas ao público.



terça-feira, 27 de maio de 2014

Qual é o limite dos padrões de beleza?

Em terra de chapinha, quem tem cachos é rainha

Foto: Reprodução

Qual é o limite dos padrões de beleza?

Conversa na fila do banco.

Mulher, se dirigindo a uma mãe e sua filha, uma menina de 3 anos:
- Nossa, como você é bonita. Seu cabelo é lindo, mas se você fizesse uma progressiva, ficaria maravilhoso!
A mãe, sem graça:                                                       
- É verdade, mas os cachos são tão bonitos.
- Sim, são macios também. Mas olha, se desse uma alisada, ela ia ficar mais bonita!
Enquanto isso...
- Mãe, vamos embora, quero assistir Peixonauta.
Esta conversa presenciada por mim mostra o quanto nós, adultos, somos bitolados por padrões de beleza e o quanto queremos passar isso a nossas crianças. A menina, que, aliás, é linda e tem um cabelo crespo maravilhoso, não quer, não precisa (e nem pode!) fazer alisamento. Tampouco quer deixar de ser criança para já virar gente grande e se preocupar com esta ditadura do que achamos ser beleza.  Sem falar no quanto esta atitude é prejudicial para a autoestima de uma criança,  que não irá se esquecer das vezes em que lhe falaram isso, quando se tornar adolescente.
A conversa me fez lembrar muitas outras meninas com menos de 7 anos, que, ao contrário desta,  já se preocupavam com dietas, maquiagem e alisamentos. Uma delas, inclusive, já havia parado de tomar refrigerante, pois engorda e causa celulites, e não sai de casa sem fazer uma chapinha. Com apenas 5 anos!
Sabemos que é na infância que a autoestima é desenvolvida e construída, portanto uma criança precisa de elogios para crescer e se tornar um adolescente saudável. No momento em que exigimos que uma criança seja o que ela não é para ficar mais bonita, automaticamente ela estará construindo a insegurança e a falta de aceitação própria, tão comuns nos adolescentes e adultos.
Diante disto tudo, me pergunto: qual é o limite dos padrões de beleza e da vaidade na infância? Por que eles precisam atingir crianças, que estão em processo de formação e mal sabem escolher um brinquedo? Crianças precisam ser crianças e não adultos precoces. A vaidade, em equilíbrio, é boa e necessária ao desenvolvimento de qualquer pessoa, mas exigir algo que ela não é, é simplesmente desconstruir sua autoimagem.
Se este comportamento afeta a muitas mulheres, (infelizmente, ainda), que fazem de tudo para manter em um determinado padrão de beleza, imagina para uma criança em processo de formação!
Acredito que antes de ensinar o que é bonito ou feio, deveríamos ensinar nossas crianças a se amarem, se aceitarem e serem como elas são.
Vamos mudar o nosso padrão de beleza? Que tal padronizar: ser bonito como se é?
                                                                                       
                                                                              


                                                               








segunda-feira, 26 de maio de 2014

Invitación

Es con inmenso placer que las/los invitamos a participar del “Encuentro Internacional Magdalena 3ª Generación – DNA – Arte y Identidad”.

El encuentro se realizará entre el 21 y 24 de Agosto de 2014 en Jundiaí/São Paulo – Brasil.

Las actividades que se desarrollarán serán:

- workshop intensivo dictado por Ana Woolf “Presencia e identidad” – partiendo del estudio de la anatomía del performer (teatro, danza, canto, narración...) hasta la construcción de un cuerpo escénico vivo “aqui y ahora”.

- Espectáculos
- Narración de historias.
- Exposición de artes visuales.
- Demostración de trabajos.
- Espacios para trabajos en proceso/creación,
- “Sarau”
- espacios abiertos de funciones/presentaciones de escenas de las participantes.

Solicitud de inscripción por email, informaciones y precios: magdalena3brasil@gmail.com


Dentro de esta propuesta vamos organizar el primer encuentro internacional Magdalena 3ª Generación – DNA – Arte e identidad. 
Serán cuatro días de uma inmersión en este universo de cambios y experiencias. Un espacio para compartir y reflexionar sobre nuestra responsabilidad como artistas en la sociedad. ¿Cuál es nuestro lugar en el arte? ¿Cuáles son las motivaciones de una artista para empezar a crear? ¿Cuáles son nuestras dudas? ¿Cómo construir un lenguaje personal y poderoso que dialoga con la sociedad? ¿Cuál es la importancia del legado Magdalena? ¿Cuáles son nuestras inquietudes como artistas dentro de nuestro contexto cultural? ¿Cuál es nuestra identidad creadora?

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Universo Feminino






O papel da mulher na arte e sua importância na sociedade são temas de Encontro Internacional


Qual o papel da mulher na arte? Quais as motivações para um artista começar a criar? Quais são nossas dúvidas? Como construir uma linguagem pessoal e poderosa que dialoga com a sociedade? Estes e outros questionamentos, que permeiam a mente de muitos artistas, principalmente mulheres, serão a base para o “Primeiro Encontro Internacional Magdalena 3ª Geração – DNA – Arte e Identidade”, que acontecerá de 21 a 24 de agosto de 2014, em Jundiaí.


O encontro busca, além de promover a discussão e reflexão de temas como os citados acima, dar apoio e fomentar novos trabalhos artísticos e criar um intercâmbio cultural entre artistas de diversas localidades


Ana Woolf, uma referência na Rede, é um dos nomes mais esperados. Ela é pedagoga, atriz e diretora, realizou seus estudos de teatro na Argentina e no exterior (onde residiu por mais de 13 anos). Desde 1998, Ana vive e desenvolve sua carreira fundamentalmente na Europa, sobretudo na Dinamarca, Holstebro, junto ao Odin Teatret. Viveu também na França, onde trabalhou durante dois anos como professora internacional convidada pela Universidade de Nice Sophia Antipolis, e dirigiu a companhia internacional de jovens Uzume; na Itália (Volterra) colaborou como atriz com o Teatro di Nascosto. Tem vasto currículo, sendo reconhecida mundialmente por seus trabalhos.


A atriz Michelle Maria, uma das convidadas, fala da importância de debates como o que será proposto no DNA – arte e identidade. “A arte está diretamente ligada à história da sociedade, na qual o ingresso da mulher se deu tardiamente. Entende-se que ”cursos”, ”regras”, ”objetivos”, foram dados, em início, por homens, portanto, assim como em tantas outras profissões pelo mundo, se faz necessária a discussão do papel da mulher nos novos rumos. Questionamentos devem ser levantados, discussões devem ser ampliadas para a redescoberta de uma nova força.”, afirma.


Daniela Beny, atriz de Maceió, vai além. “Mais que encontros, eles são um momento de troca de informações, conhecimentos e experiências de nós, mulheres artistas, que lutamos para conquistar os nossos espaços. A oportunidade de nos reunirmos em tantos lugares do mundo significa um avanço, mas queremos, precisamos e merecemos mais. Mais intercâmbio, mais espaço para mostrarmos nossa arte, mais oportunidade de darmos voz às mulheres que tem tanto a dizer, mas que nem sempre podem falar.”


Com temas tão atuais e que vêm ao encontro de tantas dúvidas no universo artístico, o que esperar destes dias de reflexão? A diretora artística e organizadora Luiza Bittencourt, responde. “A participação nestas conferências promove mais que um encontro com os outros, mas consigo mesma. É um mergulho no universo da arte e no mundo da arte-politica e gênero. Esta é a oportunidade de nos fortalecer como mulheres e artistas, de reconhecer nossa fortaleza e fragilidade, e encontrar a beleza de nossa arte e identidade. Dar voz à luta de tantas mulheres.”


As inscrições acontecem do dia 17 de março a 17 de abril, mais informações, fichas de inscrição e valores pelo e-mail: magdalena3brasil@gmail.com. As vagas são limitadas.








Confira a programação completa:


* Workshop intensivo “Presença e identidade” – partindo do estudo da anatomia do performer (área de teatro, dança, canto, narração…) até a construção de um corpo cênico vivo, presente em seu aqui e agora – com Ana Woolf (Argentina).


* Demonstrações de trabalho;


* Espetáculos teatrais;


* Narração de histórias;


* Exposição de artes plásticas;


* Mesas de debates;


* Espaço para trabalho em processo;


* Sarau e espaço aberto de apresentações de cenas das participantes.



Artistas confirmadas:


* Ana Woolf – Atriz e diretora – Argentina – Fundadora do Magdalena 2ª Geração


* Michele Maria – Atriz – Ribeirão Preto/ Brasil


* Daniela Beny – Atriz e pesquisadora – Maceió/ Brasil


* Renata Andrade – Atriz, cenógrafa e artista plástica – São Paulo/ Brasil


* Cia na Ponta da Língua – Teatro e Narração – Jundiaí/ Brasil



*A foto que ilustra a matéria é um dos trabalhos de Renata Andrade, “Trabalho Entremear de Renata e Cleide Vieira”, artista que estará presente no Encontro.





sábado, 8 de março de 2014

Heroínas todos os dias




Discriminadas, mas vencedoras


Confesso, sempre tive ressalvas quanto ao Dia das Mulheres. Nunca pensei que ter um dia só para nós fosse algo que pudesse ser comemorado. Aliás, isso me parece mais nos diferenciar dos homens a igualar a eles.

Fico ressabiada, pois, particularmente, sempre achei a vida da mulher complicada. Nasci em uma época em que nós já podíamos trabalhar, mas dobrado. Muito trabalho fora de casa, para pouco salário e o serviço doméstico, nada reconhecido. Isso sem falar nas “neuras” em relação à aparência, do culto à magreza, da pele perfeita, dos cabelos lisos e brilhantes; as palavras desrespeitosas nas ruas e as exigências da sociedade: trabalhar fora, estudar muito para conquistar o mesmo espaço que os homens, casar até os 30 anos, ser uma esposa e mãe perfeita, servindo a todos e a todo o momento, com humildade e doçura, porque falar palavrão e discutir é coisa de homem. Isto sem falar na TPM, que para os homens, se resume naqueles dias em que estamos nervosas e choronas, mas que na realidade, estamos sentindo incômodos e dores terríveis, além das cólicas insuportáveis.

Parece exagero, mas garanto que muitas mulheres já ouviram ou passaram por alguma dessas situações.

Exatamente por tudo isso que, hoje, vejo a data por outro ângulo. O dia 8 de março só existe porque relembra as muitas mulheres que lutaram e morreram por melhores condições de vida, a começar em 1857, quando 130 operárias morreram queimadas ao fazerem greve em busca de equiparação de salários com os homens e uma menor carga horária de trabalho. Desde então, muitas outras heroínas lutaram para que a igualdade entre sexos se tornasse realidade e, somente em 1975, a ONU decretou o dia 8 de março como o conhecemos hoje.

As mulheres conquistaram muito, e só o fizeram porque desde o início dos tempos, a desigualdade nos fez minoria. Mulheres tiveram seu sofrimento reprimido por séculos, aguentando abusos morais e sexuais como se elas fossem culpadas disso e todos tinham direito sobre sua vida (pais, irmãos, tios, avôs), menos elas próprias. E quando passaram a conquistar seus direitos, viram o preconceito da sociedade lutando contra elas.

Por que o dia 8 de março não pode ser ignorado? Porque, mesmo com todos os ganhos, um trabalhador assalariado homem ganha 25,7% mais, na média, do que uma mulher assalariada na mesma função, de acordo com dados do IBGE, em 2013. E mais, a diferença salarial só aumentou: em 2009, eles recebiam 24,1% a mais do que as mulheres; em 2010, 25%.

Porque 52% das mulheres já sofreram assédios no local de trabalho; de 10 assediados, 7 são do sexo feminino. Se hoje há 1 bilhão de analfabetos adultos, dois terços são mulheres. Cerca de 70% das mulheres já sofreram algum tipo de violência e 1 a cada 5 se tornará vítima de estupro ou tentativa de estupro no decorrer de sua vida. Além disso, o Brasil situa-se no 62º lugar no ranking de desigualdade entre sexos em 136 países, tendo como indicadores o acesso à educação, à saúde, a participação econômica e política. Baseando-se nesses dados, vemos que a nossa luta deve ser diária e não deve parar.

Assim, desejo às heroínas de todos os dias, àquelas que dão à vida e lutam por ela, mais que um “Feliz Dia das Mulheres”, mas que sejam reconhecidas e respeitadas por aquilo que são. E que o dia de hoje apenas simbolize o que muitas já passaram para chegarem até aqui, pois comemoração, só quando esses números não existirem mais.